9.10.2007

boas vindas

Problemática sexual das pessoas com deficiência

Vou tentar ser sintético. Para se falar sobre esta questão – problemática da sexualidade das pessoas com deficiência, há que dizer o seguinte: quaisquer indivíduos, sejam pessoas, cães ou gatos, segundo o meu ponto de vista, vivem todos permanentemente a sexualidade de diversas maneiras (não do mesmo modo). A diferença é que o cão ou o gato vivem-na de uma maneira instintiva, enquanto nós, seres humanos, vivemos a sexualidade de acordo com os padrões e valores, de acordo com a consciência de cada um, mas sejam quais forem eles, sofremos, angustiamo-nos, sentimos prazer e desprazer, amamos e temos que deixar de amar.

O mesmo acontece com as pessoas com deficiência, acrescentado ao facto, por mais que se faça e que se diga, de ainda pertencerem a um dos grupos de exclusão da sociedade. Muitos agarrados a uma cadeira de rodas, como acontece no meu caso, também sentimos a vida, lutamos por um lugar na vida (cada um de nós de maneira diferente e de acordo com as suas possibilidades ou deficiência), também sofremos, angustiamo-nos, sentimos prazer e desprazer, amamos e por força das circunstâncias temos de deixar de amar. Como é normal temos idênticos sentimentos como as pessoas referidas de normais, por esse motivo enquadram-se no padrão normal de beleza.

Como somos marginalizados e vivemos ainda da compaixão dos outros, também a nossa vida afectiva, amorosa e sexual é-nos restrita, somos (com raras excepções) postos de lado por diversos motivos; o nosso ritmo quotidiano é mais lento, a nossa maneira de viver e sentir a vida é diferente, é própria, porque, ao sermos excluídos, sentamo-nos no nosso ego e somos muitas vezes egocêntricos; também muitas vezes, as pessoas que nos estão mais próximas e que estão a par dos nossos problemas e sentem afectividade, como o vice-versa também acontece com mais intensidade, ou melhor, com algum sentimento de posse, acabam, quase sempre, por se afastarem ou levam para a brincadeira quando lhes cheira a paixão e envolvimento sexual e dizem «Não, não estou interessada. É melhor continuarmos como amigos», preferindo outro tipo de parceiros que lhes possam garantir uma vida mais estável e mais de acordo com os seus padrões de vida e de beleza. A pessoa com deficiência, por outro lado, ou afasta-se, fica triste e chateado, ou então evita dizer «Amo-te. Estou apaixonado» para continuar a ter uma boa relação de amizade. É o meu caso.
Como resolver a questão sexual? Ir a uma prostituta? Mas será gratificante, ou melhor, será que a mesma está preparada de não só responder a um problema ou necessidade sexual como também é um problema humano?

Como há fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e da fala, porque não se começa a pensar em preparar terapeutas sexuais? Para além de tentarem ajudar a resolver um problema sexual como também humano; quem sabe se das muitas angustias e depressões das pessoas com deficiência são derivadas a ausência de uma actividade sexual, pois a sexualidade e a capacidade de fantasiar são a complementaridade do ser humano.

Um comentário:

free browny disse...

um problema bem vinculado na deficiencia 'fisica', muito deveria mudar infelizmente pouco o podem fazer mas á muita vontade!!
espero que um dia tudo isto e esta mentalidade retrogada mude!! para que as pessoas vivam muito mais felizes!!
bjka grande joao
filipa